As vezes
me pergunto como a interpretação de algo, mais especificamente em
termos musicais, pode transformar tanto a forma como vemos aquele
objeto. Para tornar esse início menos abstrato, vamos dar nomes aos
bois, ou no caso, aos intérpretes: Chris Isaac e o grupo Him. Vocês
não sabem o quanto eu não suporto a versão de Wicked Game
pelo primeiro, mas simplesmente não paro de ouvir, no segundo caso.
Eu não
sei vocês, mas eu tenho uma relação muito forte com a música. Não
sei se é apenas pelo fato de ter crescido numa casa que sempre se
ouviu muito, pelo fato de que meu pai era músico, produtor e diretor
musical, mas por pensar em termos dos sons e meus próprios
sentimentos. Ou de gostar de ouvir, cantar e sair para dançar.
Contrariando
um pouco o gosto que meu pai tinha e minha mãe tem, o rock em suas
outras vertentes menos mainstream* começaram a chamar minha atenção.
Ah, o metal e o punk! E, hoje em dia, com uma pitada daquele refresco
grunge. Eu era feliz e não sabia. Não, não.
Calma,
não vamos nos esquecer que existem algumas adições mais novas que
podem ter trazer boas músicas, não posso deixar de dizer que nesse
período emo que passou, apareceram algumas mentes criativas. O que
diríamos quanto a Gerard Way? Você pode não gostar, mas tem que
pensar que o cara é um artista – apenas lembre dos conceitos
trazidos em algumas músicas e clipes do grupo My Chemical Romance.
E eu lhes
dou mais uma palinha: um bom rock and roll sempre cai bem com a
história de algum personagem de RPG, seja de jogador ou do mestre.
Ou até para montar a trilha sonora daquela campanha. Já joguei ao
som de Black Sabbath (a música e a banda), consegue imaginar? No meio do cemitério sendo
perseguido por Jason com a motosserra e ao som da música do álbum Reunion – com direito a chuvinha caindo em pleno
jogo.
Mas, por
favor, jamais me chamem para ouvir Wicked Game nessas vozes
que querem que eu durma. Simplesmente não dá! E não há qualquer
sensualidade nisso. Contudo, acho simplesmente incrível como as
músicas do ABBA podem cair tão bem com metal. Tem música que, ao
ouvir, jamais diria que é deles. E muito músico metaleiro curte
esse tipo de som, tanto que há um álbum tributo ao grupo e alguns
outros artistas que já fizeram versão das músicas e você pode nem
saber quem. Tipo Therion...
Eu
poderia indicar algumas boas coisas para serem ouvidas nesse
delicioso dia de domingo - no Rio ou em qualquer lugar - mas deixo
para a imaginação de vocês.
Lembrem-se
que a arte é uma arma. ;)
* Um a
parte aqui para explicar o mainstream lá de cima. Geralmente quando
as pessoas pensam em rock (e que elas gostam) por vezes pensam em
coisas mais tranquilas como o velho e bom rock and roll. Mas
esse som é muito mais que simplesmente isso.
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