Soa
apenas como um soluçar de dor.
Nesse
tempo de levante de pessoas, e por vezes grupos, que pretendem dizer
quem deve fazer o quê da vida. Querem mandar em tudo, dizer que
estamos errados e apenas eles certos. Não importa o quão
diplomático sejamos. Nossa vida, ainda que não façamos parte do
seu grupo, deve se pautar em suas crenças particulares. Mesmo que
sejamos daqueles que creem no nada crer.
Quem sou
eu para me interpor entre eles e sua ode a uma verdade que não me
contempla. Alguém que se pretende livre: sou obrigada apenas naquilo
que a lei me impõem. No entanto, se esta lei estiver além do que
deveria prever, levantarei pelo direito a resistência pacífica a
algo não democrático.
Isso está
muito abstrato. Talvez, porém vivemos tempos estranhos, dos quais é
difícil se manifestar sem cair cinco em cima para te dizer que você
está errado e que não concorda com o que você diz. Sem, contudo,
desenvolver uma boa discussão, mesmo que cada um fique do seu lado,
o outro entende os argumentos e pode levar adiante.
Se temos
livre arbítrio, por que eu deveria me interpor sobre suas escolhas?
Ou a falta delas? Se não lhe conheço, o máximo que poderia fazer
(ou agir contra) é na medida daquilo que me atrapalha. Nesse caso,
estaria eu coberta pela razão e pelo direito para proteger o que me
pertence – sendo bem material ou não.
As vezes
penso como seria para Clara Nunes cantar nos dias de hoje com tanta
patrulha. Na década de 1980, certo ou errado, houve muitos programas
de dramaturgia com temática dentro da Umbanda e do Candomblé. Será
que seria possível hoje em dia?
Diria
você para mim: “Patricia e o 'Canto da Sereia' que passou na rede
sbrobols de televisão. Respondo, como uma minissérie de férias,
passou num horário tão especial quanto todo o projeto, fora de
qualquer horário especial, sendo que o Candomblé era parte do
cenário e não o todo foco narrativo da peça dramatúrgica.
Vejo com
certa dificuldade termos cantores com temática dentro destas
religiões. Ou como muitos vídeos da própria Clara, no qual há um
cenário representando um templo de Umbanda/Candomblé, ela não só
a caráter como também saudando cada uma das entidades e os músicos
acompanhando na mesma levada.
Espero
que alguém chegue e diga que eu estou errada.
Para
ouvir: todas as músicas interpretadas por Clara Nunes.
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